sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Adeus a Tom Sawyer

Terminar de ler um livro é sempre tão difícil. Não pela leitura em si, mas pela despedida. Por tantas noites suas aventuras foram minhas e alegraram meu coração. 
Já sinto saudades do Tom e do Huck...
Fica aqui, então, uma pequena homenagem com um diálogo em que Tom tenta convencer Huck a voltar:

"- Mas toda a gente vive assim, Huck!
 - Não me importo. Eu não sou toda a gente e não aguento aquela vida. É horrível vermo-nos assim amarrados e, mesmo sem querer, começa-se a resmungar. Desse modo já não me interessa a vida. Tenho de pedir licença para ir pescar; tenho de pedir licença para ir nadar; tenho de pedir licença para tudo; tenho de falar tão bem que só tenho vontade de ficar calado. Todos os dias vou um pouco para o sótão mascar fumo, senão morro, Tom. A viúva não me deixa fumar; não me deixa gritar; não me deixa bocejar, nem me espreguiçar nem me coçar diante dos outros...
Com um ar irritado, continuou:
 - O pior de tudo é que passa o tempo rezando. Nunca vi uma mulher assim! Tive de fugir, Tom, tive de fugir! Além disso, a escola vai abrir e vou ter de ir lá. Não suporto isso, Tom. Olhe, sabe? Ser rico não é tão bom como parece. Afinal, só se tem aborrecimentos e mais aborrecimentos a ponto de se desejar a morte. Esta roupa é que me fica bem, nesta barrica é que gosto de dormir, e nunca mais sairei daqui. Se não fosse o dinheiro, não teria passado por aqueles apuros, mas o melhor é guardar para você a minha parte e me dar de vez em quando alguma coisa; não muito nem muitas vezes, porque não preciso fazer grandes despesas. Vá procurar a viúva e peça-lhe que me faça isso.
 - Oh! Huck, bem sabe que não posso fazer o que me pede. Não é justo e, além disso, se experimentar por mais algum tempo, vai acabar por gostar.
 - Gostar? Muito! Tanto como se acaba por gostar de estar sentado em cima de um fogão aceso. Não, Tom, não quero ser rico e não quero viver nessas malditas casas onde me falta o ar. Gosto dos bosques e do rio, gosto de viver numa barrica e não estou disposto a deixar isso. O diabo que leve o resto!"


É genial ou não é?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

H.P.L. (1890-1937)

 "The oldest and strongest emotion of mankind is fear, and the oldest and strongest kind of fear is fear of the unknown." 

sábado, 13 de agosto de 2011

prisão invejada

Sonho ruim é pesadelo.
Cavalos e porcos esculturados
animais vivos, sobrevivendo
aprisionamento contorcido
em suas formas e posições
no tempo estacionados

Grunhidos de puro sofrimento
Escolha própria e amor
a fome come o silêncio
Resiste
o corpo como limite
Relinchos são gritos de dor

Beleza pelo olhar do ignorante
leituras são todas verdades
No olhar ciente do outro, aceitação
Resiliência sob o do inconsciente
a vida se impõe ainda assim...
devaneios de realidades



terça-feira, 2 de agosto de 2011

Corrida em Brasília - coisa de super-herói!

Correr em Brasília é missão quase impossível nessa época de seca. Coisas simples como respirar ou manter os olhos abertos tornam-se complicadas demais.

corrida na secaAinda que durante a corrida o batimento cardíaco não suba, a baixa umidade provoca um cansaço absurdo, algo semelhante a uma falta de ar. E ao mesmo tempo que a pessoa ao correr sente necessidade de inspirar mais e mais profundamente, ela resiste. O ar passa rasgando pelo nariz e dói. Sangramentos nasais são mais comuns do que podia crer.


Os olhos também sofrem. Eles ficam ressecados com o vento ao longo do trajeto. A sensação é de pontadas agudas na mucosa, como se fossem pequenas alfinetadas no cantinho dos olhos. Úi!


Acho que nem é necessário comentar sobre a sede do corredor. Depois de inspirar 5 vezes esse ar candango, a boca já está completamente ressecada e os lábios idem. Nem beber água é suficiente nessa hora.


Não tem endorfina que compense tamanho mal-estar! Só sendo um super-herói para ter uma causa tão importante que justifique tanto sofrimento.