sábado, 8 de outubro de 2011

Um olhar sobre MVD

Uma semana em Montevideo. Esse é foi o tempo que tivemos para curtir a cidade e ganharmos uma parte do astral uruguaio para levar para casa. Vou dividir aqui com vocês um pouco das lembranças que trouxemos de lá:



Caminhando pela Rambla

Montevideo é uma cidade muito agradável que favorece a exploração a pé. Caminhar, caminhar e caminhar! Utilizamos ônibus e táxi para distâncias mais longas sem dificuldade e sem a sensação de insegurança de quem explora capitais. O povo de lá, sempre muito cordial e simpático, mostrou disponibilidade para dar informações e dicas a qualquer momento. De todas as caminhadas, o passeio pela rambla de Punta Carretas a Pocitos foi o mais bonito. Na presença do sol, a margem uruguaia do rio da prata ficou ainda mais interessante, lotada de passeadores de cachorros e atletas se exercitando enquanto carregavam seus mates debaixo do braço. Uma pincelada da tradição dos Pampas na capital.  


matambre con pure de papas
Os amantes de carnes não podem perder a chance de ir pelo menos uma vez ao Mercado del Puerto para se deliciarem com a parrillada de lá. É entrar, escolher um balcão para sentar e pedir. Qualquer um mesmo, porque são todos saborosos (experimentei mais de um para poder dizer isso, claro). As porções são bem generosas e pesadas, portanto, um almoço lá é mais convidativo do que um jantar. Morcilla de entrada, seguida por um matambre recheado com legumes, o mais delicioso corte de porco, acompanhado de um purê de papas e regados a uma (só uma!) Patricia, são capazes de provocar orgasmos gastronômicos em mim. 
Ok, eu assumo o fanatismo!
Patricia

Ainda sobre a gastronomia local, ir a MVD e não provar seu tannat é quase um ultraje. Que tal prová-lo depois da visita guiada a uma bodega boutique ali na cidade mesmo? Foi o que fizemos e super recomendamos. A visita guiada e o almoço na Bodega Bouza, http://bodegabouza.com/, foram pontos altos dessa viagem. Lugar lindo, comida divina, vinho excelente: uma experiência para repetir outras vezes! Vale lembrar que é necessário agendá-los previamente e reservar um tempo maior para esse passeio, pois ela fica numa parte mais afastada do centro da cidade.

Bodega BouzaTannatBodega Bouza





Cala di Volpe
Tem como não relaxar com uma vista dessas?

Depois de tanta comilança, só mesmo descansando no hotel. E aí entra a dica daquilo que nos surpreendeu mais positivamente nessa viagem: o boutique hotel Cala di Volpe,  http://www.hotelcaladivolpe.com.uy/. Próximo ao shopping Punta Carretas, esse hotel prima pela atenção aos detalhes e pela vista belíssima do rio da prata. O café da tarde traz alguns dos doces deliciosos e cheios de chantilly do famoso Oro del Rhin, ao som de boa música. Estou falando de jazz, é claro! Bom, muito bom mesmo.




E o Teatro Solís?
Ah, o Teatro Solís... Lindo! Reserva um carinho a mais aos turistas brasileiros com sua visita guiada em português, um privilégio que poucos países vizinhos nos concedem. Muita sorte foi estarmos na cidade durante a apresentação de um grupo de música celta, o Son de Sierra. Apesar de não ter sido na sala principal do teatro, a alegria da apresentação desse grupo nos contagiou por todo o resto da viagem. Mais uma surpresa inesquecível! 


Desde o Teatro Solis, passando pelo almoço no Mercado del Puerto, até a visita com almoço à Bodega Bouza, o acolhimento ao turista brasileiro é notável na capital Uruguaia.  Fomos embora com vontade de voltar ali muitas outras vezes!  

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

La Cumparsita (Gerardo Matos Rodriguez)

Teatro Solís


La Cumparsa de miserias sin fin desfila,
en torno de aquel ser enfermo,
que pronto ha de morir de pena.
Por eso es que en su lecho solloza acongojado,
Teatro Solísrecordando el pasado que lo hace padecer.





Abandonó a su viejita.
Que quedó desamparada.
Y loco de pasión,ciego de amor,
corrió tras de su amada,
que era linda, era hechicera,
de lujuria era una flor, que burló su querer
hasta que se cansó y por otro lo dejó.


Largo tiempo después, cayó al hogar materno.
Para poder curar su enfermo y herido corazón.
Y supo que su viejita santa,
la que él había dejado,
el invierno pasado de frío se murió



hall de entrada do Teatro Solís
Hoy ya solo abandonado, a lo triste de su suerte,
ansioso espera la muerte,
que bien pronto ha de llegar.
Y entre la triste frialdad que lenta invade el corazón
sintió la cruda sensación de su maldad.




hall de entrada do Teatro SolísEntre sombras se le oye respirar sufriente,
al que antes de morir sonríe,
porque una dulce paz le llega.
Sintió que desde el cielo
la madrecita buena 
mitigando sus penas sus culpas perdonó.