Terminar de ler um livro é sempre tão difícil. Não pela leitura em si, mas pela despedida. Por tantas noites suas aventuras foram minhas e alegraram meu coração.
Já sinto saudades do Tom e do Huck...
Fica aqui, então, uma pequena homenagem com um diálogo em que Tom tenta convencer Huck a voltar:
"- Mas toda a gente vive assim, Huck!
- Não me importo. Eu não sou toda a gente e não aguento aquela vida. É horrível vermo-nos assim amarrados e, mesmo sem querer, começa-se a resmungar. Desse modo já não me interessa a vida. Tenho de pedir licença para ir pescar; tenho de pedir licença para ir nadar; tenho de pedir licença para tudo; tenho de falar tão bem que só tenho vontade de ficar calado. Todos os dias vou um pouco para o sótão mascar fumo, senão morro, Tom. A viúva não me deixa fumar; não me deixa gritar; não me deixa bocejar, nem me espreguiçar nem me coçar diante dos outros...
Com um ar irritado, continuou:
- O pior de tudo é que passa o tempo rezando. Nunca vi uma mulher assim! Tive de fugir, Tom, tive de fugir! Além disso, a escola vai abrir e vou ter de ir lá. Não suporto isso, Tom. Olhe, sabe? Ser rico não é tão bom como parece. Afinal, só se tem aborrecimentos e mais aborrecimentos a ponto de se desejar a morte. Esta roupa é que me fica bem, nesta barrica é que gosto de dormir, e nunca mais sairei daqui. Se não fosse o dinheiro, não teria passado por aqueles apuros, mas o melhor é guardar para você a minha parte e me dar de vez em quando alguma coisa; não muito nem muitas vezes, porque não preciso fazer grandes despesas. Vá procurar a viúva e peça-lhe que me faça isso.
- Oh! Huck, bem sabe que não posso fazer o que me pede. Não é justo e, além disso, se experimentar por mais algum tempo, vai acabar por gostar.
- Gostar? Muito! Tanto como se acaba por gostar de estar sentado em cima de um fogão aceso. Não, Tom, não quero ser rico e não quero viver nessas malditas casas onde me falta o ar. Gosto dos bosques e do rio, gosto de viver numa barrica e não estou disposto a deixar isso. O diabo que leve o resto!"
É genial ou não é?
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
H.P.L. (1890-1937)
"The oldest and strongest emotion of mankind is fear, and the oldest and strongest kind of fear is fear of the unknown."
terça-feira, 23 de agosto de 2011
sábado, 13 de agosto de 2011
prisão invejada
Sonho ruim é pesadelo.
Cavalos e porcos esculturados
animais vivos, sobrevivendo
aprisionamento contorcido
em suas formas e posições
no tempo estacionados
Grunhidos de puro sofrimento
Escolha própria e amor
a fome come o silêncio
Resiste
o corpo como limite
Relinchos são gritos de dor
Beleza pelo olhar do ignorante
leituras são todas verdades
No olhar ciente do outro, aceitação
Resiliência sob o do inconsciente
a vida se impõe ainda assim...
devaneios de realidades
Cavalos e porcos esculturados
animais vivos, sobrevivendo
aprisionamento contorcido
em suas formas e posições
no tempo estacionados
Grunhidos de puro sofrimento
Escolha própria e amor
a fome come o silêncio
Resiste
o corpo como limite
Relinchos são gritos de dor
Beleza pelo olhar do ignorante
leituras são todas verdades
No olhar ciente do outro, aceitação
Resiliência sob o do inconsciente
a vida se impõe ainda assim...
devaneios de realidades
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Corrida em Brasília - coisa de super-herói!
Correr em Brasília é missão quase impossível nessa época de seca. Coisas simples como respirar ou manter os olhos abertos tornam-se complicadas demais.
Ainda que durante a corrida o batimento cardíaco não suba, a baixa umidade provoca um cansaço absurdo, algo semelhante a uma falta de ar. E ao mesmo tempo que a pessoa ao correr sente necessidade de inspirar mais e mais profundamente, ela resiste. O ar passa rasgando pelo nariz e dói. Sangramentos nasais são mais comuns do que podia crer.
Os olhos também sofrem. Eles ficam ressecados com o vento ao longo do trajeto. A sensação é de pontadas agudas na mucosa, como se fossem pequenas alfinetadas no cantinho dos olhos. Úi!
Acho que nem é necessário comentar sobre a sede do corredor. Depois de inspirar 5 vezes esse ar candango, a boca já está completamente ressecada e os lábios idem. Nem beber água é suficiente nessa hora.
Não tem endorfina que compense tamanho mal-estar! Só sendo um super-herói para ter uma causa tão importante que justifique tanto sofrimento.
Ainda que durante a corrida o batimento cardíaco não suba, a baixa umidade provoca um cansaço absurdo, algo semelhante a uma falta de ar. E ao mesmo tempo que a pessoa ao correr sente necessidade de inspirar mais e mais profundamente, ela resiste. O ar passa rasgando pelo nariz e dói. Sangramentos nasais são mais comuns do que podia crer.
Os olhos também sofrem. Eles ficam ressecados com o vento ao longo do trajeto. A sensação é de pontadas agudas na mucosa, como se fossem pequenas alfinetadas no cantinho dos olhos. Úi!
Acho que nem é necessário comentar sobre a sede do corredor. Depois de inspirar 5 vezes esse ar candango, a boca já está completamente ressecada e os lábios idem. Nem beber água é suficiente nessa hora.
Não tem endorfina que compense tamanho mal-estar! Só sendo um super-herói para ter uma causa tão importante que justifique tanto sofrimento.
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